


São perguntas que não tem necessariamente uma única resposta, são complexas, ruins de ouvir, mas importantes de se pensar e agir. Claro que não estou generalizando, existem casos nos quais as pessoas não tem nenhum desses sofrimentos antropológicos, dificuldades para garantir a própria existência, tem condições de saúde garantidas. Mas por decorrência de outros sofrimentos acabam por cercear a própria vida, num ato de aliviar a dor que as consome.
Mas ainda assim, é importante pensar em como estamos promovendo saúde, e quando falo de saúde, quero dizer no sentido completo. Segundo a OMS, saúde é bem estar físico, mental e social, não apenas ausência de doenças. Será que estamos, enquanto sociedade, garantindo isso?
Setembro amarelo, mês de lembrar sobre nossa existência e qual valor damos à vida. Ou melhor, qual valor damos para a vida de quem, de quais pessoas. Como entendemos o que é ser um ser humano, quais valores estão em jogo? O que é nossa vida? Como entendemos a particularidade de cada pessoa?
Estamos nos olhando? Estamos em contato com o que sentimos? Setembro amarelo, também pode ser a oportunidade de lembrarmos que somos gente, que sentimos, afetamos e somos afetados pelo mundo. É importante perceber como está sendo esse contato, o que está nos incomodando, o que queremos mudar. Onde está nosso desejo? Para onde nosso coração pulsa, que vida estamos levando?
Além de entrar em contato consigo e com o social, é uma oportunidade para repensar como estão nossas relações, como está sendo o contato com o outro, com essa alteridade, esses seres com quem convivemos. Estamos sendo acolhedores e sinceros, ou estamos apenas criticando e julgando. Essa é uma data para pensar a vida, para perceber que mudanças são possíveis e muitas vezes benéficas. Ocasião para lembrar que realmente não precisamos estar sozinhos, somos seres sociáveis, é importante ter uma rede de pessoas acolhedoras à nossa volta e lutar pela garantia de direito de todos, pois somos todos dotados de vida, e toda vida deve ter o mesmo nível de importância.
CRP: 12/20896